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Regra de Etiqueta

"Tudo deve ter começado na França, é claro. A regra era: os atos polidos distinguem os nobres dos plebeus. Até que um belo dia um camponês vestiu-se como nobre, aprendeu a agir como nobre e assim, na corte foi tido como tal. Voltou ao campo e patenteou sua idéia. Pronto, foi a semente da mobilidade social."

        Como cumprimentar: a)homens, b)mulheres, c)superiores do trabalho... Como falar ao telefone: a)quando ligar, b)duração, c)quem se despede... À mesa: a)como servir, b)o que servir, c)que talheres utilizar... Para festas: a)estilo de traje, b)o que conversar, c)como presentear... Regras e mais regras de etiqueta. O próprio nome já sugere um aprisionamento: regras. Não é possível fugir à regra, ou você estará fazendo "fazendo feio" e cometendo "gafes".
            As cidades estão cada vez mais abarrotadas de gente e para a boa convivência são então postas as ditas "regras". Ao abrir um caderno de cultura de qualquer jornal, em algum canto, ou mesmo em colunas inteiras lá estarão elas. Na televisão, programas sobre o assunto, ou quadros que respondam as dúvidas dos telespectadores. Jornalistas com especialização em moda, que viram consultores de etiqueta e lançam guias "práticos e modernos" de comportamento. É muito papel, tempo e gente dispenso em um assunto que poderia se resumir em uma palavra: educação.
Eu fico imaginando quem um dia determinou que deveriam haver regras de etiqueta e por que elas deveriam ser de tal maneira. Tudo deve ter começado na França, é claro, como grande potência que sempre foi e exportadora de moda nas artes, culinária e vestuário. A regra era: os atos polidos distinguem os nobres dos plebeus. Até que um belo dia um camponês espertalhão vestiu-se como nobre, aprendeu a agir como nobre e assim, na corte foi tido como tal, sem desconfiança alguma. Voltou ao campo e patenteou sua idéia: dissuadiu seus companheiros de que se eles pudessem parecer nobres, poderiam se transformar em nobres. Inventou lá os dez mandamentos da etiqueta, ensinando como portar-se na corte. Pronto, foi a semente da mobilidade social. É claro que mais tarde os comerciantes burgueses tiveram grande parcela de culpa nessa história, e também que tudo isso são apenas conjecturas da minha fértil imaginação. De qualquer modo as regras foram criadas e as pessoas tendem a segui-las.
As pessoas comprar os livros, lêem os jornais e assistem aos programas querendo aprender a "ser chique". E onde está a espontaneidade? Os costumes de uma pessoa ou mesmo de uma família dizem muito sobre nossas culturas. Uma mesa de almoço de uma família nobre francesa é totalmente diferente do almoço de uma família de imigrantes italianos no interior no Brasil, por exemplo. Ao que no primeiro exemplo vamos ter pessoas impecavelmente polidas, ao redor de uma mesa cheia da mais fina prataria organizada milimetricamente, contendo porções minúsculas de comida; na outra vamos ter uma mesa gigantesca com filhos, netos, tios, primos com pratos abarrotados de comida, gritando e conversando entre si.
Bom, consideremos os estereótipos, mas ainda assim as variáveis não são muito grandes. E sem desmerecer nenhuma situação, cada uma está enraizada em suas tradições familiares e culturais. Essas diferenças são ricas e bonitas, e interessantes de serem mantidas. Faltar com educação jamais?! E por que não, se para os árabes arrotar após a refeição significa grande apreciação pelo cardápio. O que para nossa cultura ocidental seria de extrema má educação. Cada um com suas boas maneiras, suas tradições. Conhecer os formalismos das "boas maneiras" oficiais tudo bem, mas não deixar que isso vire regra, que regule nossa vida e muito menos que modifique a essência do que somos. Essa é a regra.




Carolina  Abelin Willeker


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