Literatura (14)
Dos cadernos de anotar a vida.
Uma longa correspondência destinada ao avô que estava morrendo poderia ser apenas um adeus através de lembranças e palavras de carinho. Isso se a neta não fosse uma das melhores escritoras da América Latina. Dessa forma, seria inevitável a transformação de uma carta em obra-prima.
Assim, a partir dessas familiares páginas de despedida, surgiu “A Casa dos Espíritos”. E foi talvez a inspiração de alguns de seus ancestrais, que possibilitou a Isabel Allende criar personagens fortes, complexos, verdadeiros.
A história gira em torno da saga da família do rude e ambicioso Estaban Trueba e da sensitiva e doce Clara, que anota a vida em seus cadernos. A narrativa, com toques de realismo mágico-fantástico, é feita em ciclos. Mas as semelhanças com “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Márquez, não param por aí. Ambas as obras são ricas nos detalhes, nas peculiaridades locais e nas afinidades e desavenças dentro de uma mesma família.
Dos Trueba aos Buendia, as mulheres deixam de ser de tinta e tomam vida. Mas, sem tirar o mérito da Úrsula de Garcia Márquez, a diferença das personagens de Isabel Allende está mesmo no fato de serem escritas por uma mulher. Clara, Branca e Alba. De nome e aura transparentes, são elas que tornam a trama forte, intensa e, ao mesmo tempo, leve e mágica.
a autora
A escritora, sobrinha do ex-presidente Salvador Allende, apresenta ainda um painel da história chilena, em um contexto conturbado, que culmina no Golpe de 73. Em um cenário exótico, fantástico e sobrenatural, a família atravessa a história do Chile e também a de seus descendentes que deixam uma de herança bens e espíritos contadas neste livro, cujos trechos arrepiam e nos fazem pensar nos acontecimentos que, ao longo da vida da gente, vão nos tornando mais duros, menos humanos, menos espíritos.
-Thaís Brugnara Rosa-
Dos cadernos de anotar a vida.
Uma longa correspondência destinada ao avô que estava morrendo poderia ser apenas um adeus através de lembranças e palavras de carinho. Isso se a neta não fosse uma das melhores escritoras da América Latina. Dessa forma, seria inevitável a transformação de uma carta em obra-prima.
Assim, a partir dessas familiares páginas de despedida, surgiu “A Casa dos Espíritos”. E foi talvez a inspiração de alguns de seus ancestrais, que possibilitou a Isabel Allende criar personagens fortes, complexos, verdadeiros.
A história gira em torno da saga da família do rude e ambicioso Estaban Trueba e da sensitiva e doce Clara, que anota a vida em seus cadernos. A narrativa, com toques de realismo mágico-fantástico, é feita em ciclos. Mas as semelhanças com “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Márquez, não param por aí. Ambas as obras são ricas nos detalhes, nas peculiaridades locais e nas afinidades e desavenças dentro de uma mesma família.
Dos Trueba aos Buendia, as mulheres deixam de ser de tinta e tomam vida. Mas, sem tirar o mérito da Úrsula de Garcia Márquez, a diferença das personagens de Isabel Allende está mesmo no fato de serem escritas por uma mulher. Clara, Branca e Alba. De nome e aura transparentes, são elas que tornam a trama forte, intensa e, ao mesmo tempo, leve e mágica.
a autora
A escritora, sobrinha do ex-presidente Salvador Allende, apresenta ainda um painel da história chilena, em um contexto conturbado, que culmina no Golpe de 73. Em um cenário exótico, fantástico e sobrenatural, a família atravessa a história do Chile e também a de seus descendentes que deixam uma de herança bens e espíritos contadas neste livro, cujos trechos arrepiam e nos fazem pensar nos acontecimentos que, ao longo da vida da gente, vão nos tornando mais duros, menos humanos, menos espíritos.
-Thaís Brugnara Rosa-
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