Os erros e os acertos da língua
Em seu espaço no jornal Folha de São Paulo, o escritor Ferreira Gullar relembra um tema muito pouco estudado e extremamente importante para profissionais da nossa área da Comunicação: a língua. Este sistema de comunicação e de representação foi abordado em duas crônicas, uma com o título "Alguém fala errado?"(25 de setembro) e a outra "O jogo da semântica" (9 de outubro), ambas desse ano.
Gullar afirma que a língua é um organismo vivo e está em constante mutação. Porém,(como poucos) acredita que há de se preservar as boas regras gramaticais, as regências e as concordâncias. Mesmo que haja um excesso de imposição e de regras, para ele os filólogos, os lingüistas e os gramáticos devem ser respeitados. Autor de obras como: "Poema sujo" e "Manifesto Neo-concreto ", defende o bom uso da nossa língua e de forma alguma se coloca como defensor radical do "purismo lingüístico". Ainda critica ferozmente a atual falta de concordância entre substantivos e adjetivos, como em manchetes de jornais que estampam frases como "as milhões de pessoas" e "um dos que fez". Critica também, expressões como " a nível de", assim como o uso extremado de expressões estrangeiras e o mau emprego dos pronomes "essa" e "esta".
Para Gullar, além de haver uma discriminação financeira, os pobres ainda são excluídos da língua por meio de uma "injustiça social", na qual são acusados de falar mal a sua própria construção, a sua própria fala, fala esta que está sob o poder da elite, detentora da gramática, privilégio dos pequeno-burgueses. Bem, mas como a lingüística moderna não possui nem certo nem errado, portanto, sejam bem-vindos os erros e acertos, de puristas ou modernistas, de poetas ou prosadores, que tornam a nossa língua cada vez mais diversa (e em muitos momentos, mais confusa também).
-Cláudia Kessler-
Em seu espaço no jornal Folha de São Paulo, o escritor Ferreira Gullar relembra um tema muito pouco estudado e extremamente importante para profissionais da nossa área da Comunicação: a língua. Este sistema de comunicação e de representação foi abordado em duas crônicas, uma com o título "Alguém fala errado?"(25 de setembro) e a outra "O jogo da semântica" (9 de outubro), ambas desse ano.
Gullar afirma que a língua é um organismo vivo e está em constante mutação. Porém,(como poucos) acredita que há de se preservar as boas regras gramaticais, as regências e as concordâncias. Mesmo que haja um excesso de imposição e de regras, para ele os filólogos, os lingüistas e os gramáticos devem ser respeitados. Autor de obras como: "Poema sujo" e "Manifesto Neo-concreto ", defende o bom uso da nossa língua e de forma alguma se coloca como defensor radical do "purismo lingüístico". Ainda critica ferozmente a atual falta de concordância entre substantivos e adjetivos, como em manchetes de jornais que estampam frases como "as milhões de pessoas" e "um dos que fez". Critica também, expressões como " a nível de", assim como o uso extremado de expressões estrangeiras e o mau emprego dos pronomes "essa" e "esta".
Para Gullar, além de haver uma discriminação financeira, os pobres ainda são excluídos da língua por meio de uma "injustiça social", na qual são acusados de falar mal a sua própria construção, a sua própria fala, fala esta que está sob o poder da elite, detentora da gramática, privilégio dos pequeno-burgueses. Bem, mas como a lingüística moderna não possui nem certo nem errado, portanto, sejam bem-vindos os erros e acertos, de puristas ou modernistas, de poetas ou prosadores, que tornam a nossa língua cada vez mais diversa (e em muitos momentos, mais confusa também).
-Cláudia Kessler-
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