Música (2)
Enterrem o rock brasileiro (*)
Sim é isso mesmo que você acabou de ler aí em cima: o rock brasileiro está morto! E cheguei a essa conclusão enquanto assistia a edição 2005 do pretensioso Vídeo Music Brasil da MTV.
Não há motivos para se tentar uma ressurreição do rock brasileiro. Os bons e velhos rockeiros já estão gordos, carecas e cansados de tentar vender como nos anos 80. É inegável meu caro, a juventude de hoje não vai ás ruas pelas diretas, não luta contra o regime militar e não vive num tempo de explosão de descobertas científicas e tecnológicas. O pessoal de hoje quer mais é preencher as fotos do álbum do orkut, decorar a última letra e coreografia da Beyonce e ter um namorado igual ao Usher.
Mas não é só o público que não está ajudando no processo, os músicos também. Falta criatividade como a da época e também talvez algumas doses de pó e lsd, porque o pessoal agora está velho e limpo. Ao assistir a apresentação de Dado Villa Lobos, Dinho Ouro Preto e Paralamas do Sucesso, me decepcionei. A única coisa que vinha na minha cabeça era: morreu. Ainda mais quando a tal Leela (se é mesmo assim que se escreve) ganhou o prêmio revelação nacional. Aí como diriam uns conhecidos meus: me caiu os butiá do bolso.
Mas que falta fazem Renato Russo, Cássia Eller e Cazuza! Mandem uma luz pra gente aí do céu por favor! Talvez essa luz imediata esteja centrada na banda F.U.R.T.O., que para mim é o melhor do cenário rockeiro brasileiro atual. Mas ainda assim já não obedece ao velho esquema guitarra-vocal, batera e baixista. Estamos nos tempos da bateria eletrônica e dos sintetizadores, além é claro do computador.
Pessoal, o Legião acabou, não adianta tentar ressuscitar um Dado Villa Lobos requentado. O Capital Inicial também faleceu há tempos. Até deu uma levantada do túmulo com o acústico, mas agora o som deles gira mais pro pop-adolescente-comprem-meu-cd do que para qualquer outra coisa. Isso sem falar nos Titãs, que vão morrendo aos poucos enquanto cada integrante vai deixando a banda. Tem ainda o Ultraje a rigor que tentou reativar os lucros com a velha fórmula “acústico MTV”, mas nada saiu do trivial.
Paciência. Legião, Plebe Rude, Aborto Elétrico, Ultraje, Paralamas... estão todos mortos. Saudades é o que podemos sentir, porque afinal o quadro não é apenas nacional, é mundial.
Que falta fazem os bons e velhos Beatles, Led Zeppelin, The Doors, Janis Joplin, Joe Cocker, The Who e outros amigos cativos do meu discman.
- Stefanie Carlan da Silveira -
(*): O post de hoje não obedece a escala. Como alguns da escala não estão mandando textos, tomei a liberdade de colocar um outro texto do pessoal para o blog não ficar sem atualização por mais de 2 dias.
Enterrem o rock brasileiro (*)
Sim é isso mesmo que você acabou de ler aí em cima: o rock brasileiro está morto! E cheguei a essa conclusão enquanto assistia a edição 2005 do pretensioso Vídeo Music Brasil da MTV.
Não há motivos para se tentar uma ressurreição do rock brasileiro. Os bons e velhos rockeiros já estão gordos, carecas e cansados de tentar vender como nos anos 80. É inegável meu caro, a juventude de hoje não vai ás ruas pelas diretas, não luta contra o regime militar e não vive num tempo de explosão de descobertas científicas e tecnológicas. O pessoal de hoje quer mais é preencher as fotos do álbum do orkut, decorar a última letra e coreografia da Beyonce e ter um namorado igual ao Usher.
Mas não é só o público que não está ajudando no processo, os músicos também. Falta criatividade como a da época e também talvez algumas doses de pó e lsd, porque o pessoal agora está velho e limpo. Ao assistir a apresentação de Dado Villa Lobos, Dinho Ouro Preto e Paralamas do Sucesso, me decepcionei. A única coisa que vinha na minha cabeça era: morreu. Ainda mais quando a tal Leela (se é mesmo assim que se escreve) ganhou o prêmio revelação nacional. Aí como diriam uns conhecidos meus: me caiu os butiá do bolso.
Mas que falta fazem Renato Russo, Cássia Eller e Cazuza! Mandem uma luz pra gente aí do céu por favor! Talvez essa luz imediata esteja centrada na banda F.U.R.T.O., que para mim é o melhor do cenário rockeiro brasileiro atual. Mas ainda assim já não obedece ao velho esquema guitarra-vocal, batera e baixista. Estamos nos tempos da bateria eletrônica e dos sintetizadores, além é claro do computador.
Pessoal, o Legião acabou, não adianta tentar ressuscitar um Dado Villa Lobos requentado. O Capital Inicial também faleceu há tempos. Até deu uma levantada do túmulo com o acústico, mas agora o som deles gira mais pro pop-adolescente-comprem-meu-cd do que para qualquer outra coisa. Isso sem falar nos Titãs, que vão morrendo aos poucos enquanto cada integrante vai deixando a banda. Tem ainda o Ultraje a rigor que tentou reativar os lucros com a velha fórmula “acústico MTV”, mas nada saiu do trivial.
Paciência. Legião, Plebe Rude, Aborto Elétrico, Ultraje, Paralamas... estão todos mortos. Saudades é o que podemos sentir, porque afinal o quadro não é apenas nacional, é mundial.
Que falta fazem os bons e velhos Beatles, Led Zeppelin, The Doors, Janis Joplin, Joe Cocker, The Who e outros amigos cativos do meu discman.
- Stefanie Carlan da Silveira -
(*): O post de hoje não obedece a escala. Como alguns da escala não estão mandando textos, tomei a liberdade de colocar um outro texto do pessoal para o blog não ficar sem atualização por mais de 2 dias.
1 Comments:
Tem uma música chamada "Como Nossos Pais" composta pelo Belchior e cantada lindamente pela Elis Regina que diz assim em um trecho:
"...Nosso ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então que eu tô inventando
Mas é você que ama o passado
E que não vê
É VOCÊ QUE AMA O PASSADO
E QUE NÃO VÊ
QUE O NOVO SEMPRE VEM..."
Captou a mensagem? Abraços
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