domingo, setembro 25, 2005

Teatro.(1)

Augusto Boal, o criador do Teatro do Oprimido

Augusto Boal nasceu em 1931, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro. Ele, que desde pequeno mostrava a sua paixão pelas artes cênicas, ao inventar suas próprias peças para apresentar para a família, hoje é reconhecido por ter criado a metodologia mais conhecida e praticada nos cinco continentes: o Teatro do Oprimido.


O espectador do TO sai da condição de ser apenas platéia, para se tornar protagonista da ação. Imagine a seguinte cena: dois personagens, um o opressor e o outro o oprimido, discutindo quem deve lavar a roupa suja. Ocorre um congelamento da ação para que o ator que assume o papel de “oprimido” dê lugar a algum espectador que deseje participar da briga. A intenção dessa troca de posições é que o indivíduo trabalhe os seus medos, ódios, ansiedades, indignações, etc, como num processo terapêutico, para tentar reverter essa relação de poder entre opressor e oprimido.


Esse método, que foi concebido em plena ditadura militar, tem por objetivo humanizar a humanidade e restaurar o diálogo entre os indivíduos. Além disso, ele busca ajudar homens e mulheres a desenvolverem o teatro que já trazem em si mesmos, uma vez que todo o ser humano é um ator, pois pratica a interpretação espontânea em cenas do cotidiano




Boal, que em 1992 foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PT, ensina às pessoas como viver em sociedade por meio do jogo teatral. Ao mesmo tempo em que você está aprendendo a sentir, a pensar e a agir, você está sentindo, pensando e agindo. O Teatro do Oprimido nada mais é do que um ensaio para a realidade, em que os oprimidos são aqueles, por motivo social, cultural, político, econômico ou racial, desprovidos do direito ao diálogo.


Devido ao TO estar fundado nas causas humanísticas e democráticas, ele já é utilizado em todo o mundo na educação, na cultura, nas artes, em programas de alfabetização, na política, enfim, na maioria dos campos da atividade social. Inclusive está sendo usado no sistema penitenciário do Mato Grosso do Sul, a fim de levar à sociedade discussões sobre a realidade dos presídios e, dessa forma, encontrar meios para modificar essa realidade.

- Francine Flach -

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Boal está doente.

1/10/05  

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