domingo, agosto 28, 2005

Cinema. (4)

Made for TV: O poder da mídia

"O poder da mídia", o título é muito bom mas o filme é muito ruim. À primeira vista pode parecer uma ótima crítica aos meios comunicacionais, um toque na ferida daqueles que não desejam que pensemos os produtos que consumimos diariamente. Poderiam ser os melhores 99 minutos já produzidos, se levasse os espectadores a refletir sobre os males que uma cobertura midiática mal feita pode produzir, que o uso de fontes anônimas pode ser comprometedor, poderia ser um filme que
inspirasse as pessoas a observar a maneira como as ideologias são passadas, os imaginários construídos, poderia ser muita coisa um filme com esse título, poderia ser muito mais, se ele não fosse absolutamente medíocre.

Ruim pela simples falta de conteúdo e a fraca qualidade de interpretação dos atores, com suas pronúncias sofríveis, assim como as interpretações frias e sem expressividade. É quase impossível ficar impassível a tantos erros de composição e diálogos que, de tão mal elaborados, só podem ser resultado de pouca pesquisa e elaboração. É quase impossível ficar ileso a um filme que poderia ter produzido tanto, mas que destruiu qualquer possibilidade de gerar qualquer outro sentimento mais nobre que a indignação e o escárnio. Em meio a perseguições, injeções na aorta das vítimas, copos envenenados e explosões, desenrola-se uma trama inconsistente, definida por uma das últimas frases do protagonista: "No fim, vocês recebem o jornalismo que merecem". Um desperdício de tempo e dinheiro. Quem ainda não acreditar, pode ter a ingrata oportunidade de conferir com seus próprios olhos. Mas conforme lição do próprio filme, tenha cuidado: "Não acredite em nada do ouve e acredite só na metade do que vê".


Titulo Original: Crusader (2004)
Gênero: Suspense
Direção: Bryan Goeres
Elenco: Andrew McCarthy, Bo Derek, Michael York,
Richard Tyson, Ana Alvar



- Cláudia Kessler -

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Cláudia...

O que me chama a atenção do teu texto é o fato de tu dar espaço a algo que tu não quer divulgar. Ou seja, tu usa um espaço que poderia ser usado como construção para criticar (muito asperamente, aliás, o que suscita as nossas discussões quanto à responsabilidade do opinador).

Essa foi uma reflexão se não me engano do Xexéo, lá no Seminário de J.C. de Passo Fundo: com tão pouco espaço e tanta coisa para divulgar, pq os jornalistas perdem tempo criticando algo que não concordam? A não-divulgação já seria uma resposta do crítico à não aprovação de tal obra/fato cultural. Metafisicamente, ampliando a reflexão, é como combater o mal ao invés de propagar o bem. Entende? Implicitamente, se está ajudando a propagar o mal ao se falar em mal. Igualmente, em outro nível, tu divulga o filme ao querer combatê-lo.

Espero que tu entenda a minha visão, Cláudia. Não é conclusiva, mas talvez chame pra debate. Seria legal a gente poder trocar idéias no grupo sobre.

No mais, era isso. Vamos se comentar, meu povo!

28/8/05  

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