sexta-feira, agosto 26, 2005

Cinema.(3)

As Cinzas de Ângela

Para mim, os melhores filmes são os baseados em histórias reais. Seja do gênero que for. Além da emoção natural que o roteiro cinematográfico proporciona, há uma dose a mais de adrenalina por saber que as coisas foram mais ou menos assim mesmo. Com As Cinzas de Ângela não é diferente. O que poderia ser só mais uma história de menino pobre que venceu as dificuldades da vida, ganha magia e dramaticidade acentuada por causa daquela frase logo no início, enquanto ainda estamos nos ajeitando no sofá: "Baseado em fatos reais".

As Cinzas de Ângela, dirigido por Alan Parker (Evita) em 1999, foi baseado no livro homônimo e auto-biografico (Editora Objetiva) de Frank McCourt, o qual conquistou o prêmio Pulitzer de Biografia de 1996. O drama com pitadas de humor recebeu uma indicação ao Oscar e outra ao Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora. No elenco, destaque para Emily Watson (O Lutador, Dragão Vermelho).



Quando todos estão indo tentar a sorte na América, a família de Frank decide voltar de lá para a Irlanda e fixar residência na cidade paupérrima de Limerick, durante os anos 30. Cresce no pequeno Frank o desejo de voltar um dia para Nova York. Para superar a pobreza, percebe muito cedo que só pode contar com seu esforço próprio e desenvolve uma personalidade perspicaz para driblar as adversidades.

McCourt, que estreou na literatura aos 66 anos contando sua infância, narra sem mágoas a miséria de irlandês católico e as humilhações pelas quais passou junto da mãe e dos quatro irmãos menores. O pai, um bêbado que não parava em nenhum emprego, havia abandonado a família quando os filhos eram pequenos. Frank sobrevive trabalhando desde criança e, aos 19 anos, consegue realizar o sonho de comprar uma passagem de navio para Nova York.

A maior parte das tomadas foram realizadas em Dublin. O tom azulado da fotografia da maioria das cenas permite imaginar o frio e a umidade de Limerick, carente principalmente da generosidade humana.

- Sabrina Siqueira -

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sabrina, achei belíssimo o teu texto. Fiquei em dúvida quanto ao tom bem emotivo no início, mas depois achei que ficou bom para atrair a atenção do leitor.

Dali em diante tu traz todas as informações e resume bem o enredo do filme. Foi bom tu ter trazido dados sobre o autor, sobre as premiações do filme (que conferem a credibilidade), e sobre a filmagem.

Teu texto está muito bem estruturado, também. Dá pra perceber que tu divide os parágrafos em blocos temáticos, o que demonstra disciplina. Gostei mesmo.

No mais, o que mais me chama a atenção é o fato de tu trazer algo bem novo, que eu, por exemplo, não ficaria sabendo se não fosse por teu intermédio.

Parabéns!

28/8/05  

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