sábado, setembro 24, 2005

Literatura (6)

A Sangue Frio

A história dos quatro membros da família Clutter, brutalmente assassinados, e dos dois criminosos, executados cinco anos depois.”



Se a capa do livro estampa o trágico final das principais personagens do livro, qual a graça de lê-lo? Basta mergulhar na primeira página da narrativa de Truman Capote para obter a resposta. As 432 páginas correm em frente aos olhos, que regozijam com a obra-prima que, segundo o próprio autor, inaugurou um novo gênero literário: o “romance de não-ficção”.


O objetivo de Capote era fazer uma reportagem sobre o assassinato do casal Clutter e seus dois filhos, ocorrido em 1959 numa cidadezinha do Kansas, Estados Unidos. Depois de ficar mais de um ano na região do crime, entrevistando os moradores e investigando as circunstâncias, o autor passou mais quatro anos apurando e escrevendo o relato completo em torno do brutal assassinato. Sem gravador ou bloco de notas, servindo-se apenas de sua incrível memória, Capote produziu um clássico do jornalismo literário.


A história contada com brilhantismo apresenta cartas, fotos e os mais ricos recursos narrativos para servir o leitor. As trajetórias de vida dos assassinos Perry Smith e Dick Hickcock são contadas com detalhes impressionantes, já que Capote obteve a amizade e a confiança de ambos que confidenciavam com ele em suas celas. O dia-a-dia da comunidade, os derradeiros instantes de cada vítima, a repercussão do fato, tudo é descrito nos mínimos detalhes.



O autor Truman Capote


Publicado em 1965 na revista The New Yorker, em quatro partes, e em livro no ano seguinte, “A sangue frio escancarou o lado sombrio do sonho americano do pós-guerra. As saídas são poucas, tanto para os assassinos, criados em um ambiente pobre e fraturado, como para a família, abastada e exemplar, cujo ideal de realização parece não ir muito além de assar tortas de cereja para a feira do condado.” (trecho da orelha do livro)

- Gustavo Hennemann -

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Gustavo, realmente é muito bom ler e reler essa obra.

1/10/05  

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