quarta-feira, setembro 28, 2005

Teatro (2), Literatura (7)

MacBeth

“Se houvesse uma catástrofe a qual dizimasse quase toda a humanidade, seria possível que os seres humanos sobreviventes analisassem ou reconstruíssem todos os sentimentos do homem a partir das 35 peças teatrais de Shakespeare.”
Pelo menos é isso que afirmam alguns de seus estudiosos e admiradores. Em MacBeth, uma de suas principais obras, não é diferente.



A peça conta a história de um homem chamado MacBeth, que por influência de três bruxas, decide matar o rei da Escócia (seu primo) com o intuito de assumir o trono.
Embora Shakespeare seja um autor pós-idade média (séc XV), em MacBeth pode-se notar claramente a influência do imaginário medieval. A presença de bruxas, com seus caldeirões dos quais saem criaturas com as mais variadas aparências e a aparição do fantasma de Banquo (amigo de MacBeth, a quem o protagonista manda assassinar, por ser uma ameaça as suas ambições) são apenas alguns exemplos dessa influência.


Embora não haja uma relação direta com a igreja Católica (uma das obsessões do mundo feudal) pode-se observar a semelhança com a passagem bíblica em que Eva, influenciada pela Serpente (o Diabo), faz com que Adão coma a maçã (símbolo do pecado) e seja expulso do paraíso. Na obra shakespeariana, Lady MacBeth invoca os espíritos malvados para convencer seu marido de que a morte do rei é indispensável.
Uma coisa que muitos não sabem é que MacBeth realmente existiu. Ele governou a Escócia por volta do ano mil e Shakespeare, como profundo conhecedor da história do Reino Unido, sabia disso. A diferença entre o Macbeht real e o criado pelo escritor inglês é que o primeiro foi um bom rei, que governou seu reino com bondade e justiça, ao contrário do (anti)herói da peça.




Apesar de ser escrito para ser encenado e de sua linguagem um pouco rebuscada, MacBeth é uma ótima forma de conhecer a obra de Willian Shakespeare.

-Ciro Oliveira-